Eu achava que minha vida era um conto de fadas, que tudo estava destinado, que tudo estava pronto para o seu final feliz.
Havia o príncipe perfeito, aquele tipo de garoto que por maior a besteira que falasse (se dissesse alguma) seria a coisa mais engraçada, a coisa mais linda já dita.
Ele se aproximava em seu cavalo branco, o animal veloz e destemido, cuja crina balançava com o vento. Seu montador, o mais belo cavaleiro cavalheiro do reino, seus cabelos negros brilhavam com a luz do sol ao entardecer, o crepúsculo mostrava que o fim da história estava próximo. Com seu sorriso encantador e um charme evidente, fazia todas as moças do reino suspirarem por onde passava. E os olhos, ah, aqueles belos olhos castanhos. Podiam não ser de uma cor exótica, mas conseguia enxergar algo mais do que especial neles, algo que por mais que eu procurasse, não encontrava nos outros garotos.
Ele conquistava, seduzia, eu estava crente que no final tudo daria certo. Mas descobri que esse príncipe não é meu e que não sou a princesa deste conto de fadas.
Sou uma plebéia, esquecida pelo tempo, que sempre esteve lá para cuidar do príncipe, o qual não lhe deu o menor valor. Por não ser a mais bonita, por não ser rica, muito menos perfeita.
Ela não era a princesa, mas quem sabe um dia ela construísse sua própria história, com seus próprios personagens e um príncipe só pra ela.